A obra Teoria discursiva em diálogo: perspetivas e análises, da Grácio Editor, em acesso livre, é uma publicação conjunta de sete autores: Paulo Nunes da Silva, Luís Filipe Barbeiro, Fausto Caels, Carlos A. M. Gouveia, Joana Vieira Santos, Carla Marques e Célia Barbeiro, um grupo de investigadores que integra o grupo de I&D Discurso e Práticas Discursivas Académicas (DPDA), pertencente ao centro de investigação CELGA-ILTEC, da Universidade de Coimbra. O objetivo desta publicação centra-se, tal como anuncia o título, na exploração de um diálogo possível entre diferentes teorias discursivas. Por meio de artigos escritos a duas ou três mãos, os investigadores propõem reflexões e análises que partem de quadros teóricos como o Interacionismo Sociodiscursivo, a Linguística Sistémico-Funcional ou a Sociolinguística Interacional, os quais são aplicados a objetos de estudo semelhantes.

Com base neste processo de diálogo e aprendizagem mútua, os investigadores-autores apresentam quatro artigos que versam aspetos específicos do discurso, numa busca pela conciliação e pela abertura de novas perspetivas que permita diferentes pontos de vida e outros olhares.

O primeiro artigo intitulado “Texto e contexto: que relação?”, da autoria de Carlos A. M. Gouveia e de Joana Vieira Santos, reflete sobre a relação de interdependência entre texto e contexto. Paulo Nunes da Silva, Luís Filipe Barbeiro e Fausto Caels apresentam o segundo artigo, que aborda a questão das classificações de textos nos documentos programáticos da disciplina de Português. O conceito de género e a sua relevância para os processos de aprendizagem dão matéria ao terceiro artigo da autoria dos mesmos autores. Por fim, Carla Marques e Célia Barbeiro apresentam uma proposta de diálogo entre teorias colocada ao serviço da análise de narrativas orais produzidas em contexto escolar.

Teoria discursiva em diálogo: perspetivas e análises oferece aos seus leitores um texto muito rico que permite contactar com o processo de construção intelectual baseado em quadros teóricos em diálogo materializado num conjunto de textos resultantes de «horas de redação, de discussão e de crítica que os tecem e que dão ao coletivo de escrita a sua razão de existência, mas também parte do gosto e da descoberta individual que o coletivo proporcionou» (p. 11).