Paulo Pereira tem razão nas suas afirmações. De facto, praticamente qualquer adjectivo pode ser substantivado, tomando o género que mais convier, mas não há dúvida de que os dicionários andam quase sempre muito atrasados relativamente à língua oral, como aliás a língua escrita em geral.
Acho legítimo que um cientista dê a certos adjectivos com que trabalha mais, ao substantivá-los, o género mais conveniente (o da palavra subentendida); não deve, porém, admirar-se de não os encontrar assim dicionarizados, durante muito tempo, e até lá é lícita a dúvida dos não iniciados, que podem considerar errado o que é ainda «segredo dos deuses»!
Em contrapartida, qualquer dicionário ou, até, um simples prontuário ajudá-lo-á a não tropeçar na ortografia mais elementar da nossa língua: substantivar e não "substantizar", femininos e não "femeninos", se não dif. de senão.